Facilitadores concluem primeiro curso do Nupemec sobre Justiça Restaurativa em situações de trauma
“Este curso foi um pisor de águas, foi transformador. Minhas relações, a partir deste conhecimento, já mudaram.” A declaração é da aluna Rachel Werneck, chefe do Cejusc de Rio das Ostras, logo após o encerramento das aulas da primeira turma do curso “Justiça Restaurativa Informada pelo Trauma”.
“O curso também me ajudou no trabalho do dia a dia. Passei a ter um olhar mais amplo, mais cuidadoso no trato com as vítimas de crimes”, acrescentou a aluna.
A formação, promovida pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), teve como objetivo desenvolver uma compreensão abrangente dos aspectos teóricos e práticos da Justiça Restaurativa, com ênfase na integração de cuidados informados pelo trauma e na capacitação de facilitadores para atuarem de forma eficaz em contextos inpiduais e comunitários, promovendo a resiliência e o autocuidado.
Foram 32 horas/aula presenciais na Escola de Mediação (Emedi), com 30 vagas oferecidas para facilitadores cadastrados no Nupemec.
“O foco do curso é preparar o facilitador para lidar com situações complexas envolvendo traumas, seja trauma inpidual, coletivo, histórico, intergeracional, cultural ou vicário. Visa trazer a conscientização de que o trauma impacta as espirais de violência e as espirais conflitivas”, ressaltou a professora Geovana Faza da Silveira Fernandes, servidora do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6).
Ela explicou que não se trata de qualquer tipo de terapia: “São formas de desconstruir a desconfiança no sistema de Justiça, nas instituições, e de oferecer um espaço seguro para a troca de narrativas e para a escuta compassiva, tanto das vítimas quanto dos ofensores e dos envolvidos nos conflitos e crimes.”
A professora comentou a declaração da aluna Rachel Werneck: “Esse pisor de águas no qual a aluna se refere, tem muito a ver com a própria pessoa se conscientizar sobre as suas violências, tem a ver com o aprimoramento do facilitador. Nos permite ampliar o olhar para além daquilo que está nos processos judiciais e refletir sobre o que leva a perpetuação de um ciclo de violência”.
Fotos: Rosane Naylor
Departamento de Comunicação Interna